A asfixia por objetos ou alimentos é a principal causa de mortes acidentais de crianças no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Um dispositivo criado nos Estados Unidos e que acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser vendido no Brasil pode ajudar a evitar fatalidades do tipo, tanto em crianças como em adultos.
Batizado de LifeVac, ele suga o que está preso na garganta de volta à boca. O dispositivo permite que qualquer pessoa, sem treinamento prévio, possa socorrer alguém que esteja sufocando em poucos passos.
No Brasil, o dispositivo será vendido pela Sterifarma Produtos Cirúrgicos, uma empresa com sede em Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo, daqui a cerca de quatro meses.
O preço ainda não foi divulgado, mas, nos Estados Unidos, o dispositivo custa em torno de US$ 70 e acompanha duas máscaras, uma infantil e outra adulta. As máscaras são descartáveis, pois pode ser danificada durante o procedimento. Cada unidade custa US$ 5,95. Há ainda um kit escolar com quatro unidades do LifeVac e oito máscaras.
O diretor de vendas da companhia, Marcelo Sanglard, explica que a empresa deseja levar o LifeVac para lugares como restaurantes e escolas.
Na maioria dos casos de sufocamento, com exceção de crianças com menos de um ano, é possível aplicar a manobra de Heimlich: uma pessoa se posiciona atrás da que está sufocando e com as mãos sobre o umbigo da vítima faz pressão para dentro e para cima até que a pessoa cuspa o objeto ou desmaie –nesse caso, deve-se ligar para a emergência.
Para o cardiologista Sérgio Timerman, coordenador de Treinamento em Emergências Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a simplicidade do LifeVac será capaz de salvar vidas. Ele conheceu o dispositivo durante um congresso médico nos Estados Unidos e diz ter ficado animado com a possibilidade da comercialização no Brasil.
Para que as prefeituras e governos estaduais possam fazer cumprir a lei é necessário que o MEC defina como a medida deve ser aplicada, informando, por exemplo, a porcentagem de funcionários de escolas e estabelecimentos de recreação que devem ser treinados para que uma escola receba o selo de aprovação, batizado de Selo Lucas Begalli Zamora.